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6 de mai. de 2008

Caso Isabella Nardoni: tempestade em copo d'água

Aguardei o fim do inquérito policial para me manifestar sobre o caso Isabella, apenas para dizer que não há motivo para tanto alarde. A imprensa armou um circo em torno de uma história que se não fosse pelo final, seria apenas mais um caso anônimo como milhares de casos. E quando falo do fim, não me refiro ao fato de Isabella ter sido assassinada, mas de ter sido jogada pela janela no jardim do prédio, tornando o ato, público, pois se tivesse sido jogada em um rio, enterrada em um terreno baldio o no meio do mato e dada como desaparecida, talvez nunca tivéssemos conhecimento de seu nome, que dirá de seu caso.
O caso Isabella poderia ser utilizado como gancho para aquecer as discusões sobre violência doméstica e esclarecer a população. No Brasil cerca de 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica mensamente e cerca de 70% das agressões físicas, acreditem, partem dos pais biológicos! E o termo violência contra a criança quase sempre é levado para o lado da agressão física ou sexual e geralmente se esquece da violência psicológica

Entre os anos de 1999 a 2007, o Sistema de Informação
para a Infância e Adolescência (Sipia), registrou 28.840 casos de agressão
física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abuso sexual em todo o
País.

Um outro levantamento feito de 1996 até 2007 pelo Núcleo
de atenção à criança vítima de violência da UFRJ mostra que: 29,1% de
meninos e
meninas são vítimas de abuso físico. A violência sexual aparece em
segundo lugar 28,9%,

25,7% sofreram negligência, 16,3% abuso
psicológico
Esses números me fazem pensar que estão fazendo tempestade em copo d'água, sobre o caso Isabella, ele torna-se pequeno a medida que, em breve, irá apenas engrossar as estatísticas e cederá o espaço para mais um acidente de avião ou buraco de metrô. Se a sociedade, que tem se mostrado tão afetada, tão indignada com o caso, deseja minimizar o sofrimento das milhares de Isabellas poderiam começar uma discussão pela pena muito pequena para um crime tão grave. No caso de maus tratos a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a 12 anos.
Deixe aqui sua opinião sobre o assunto e aprenda com o Blog Diga Não à Erotização Infantil a reconhecer o abuso e a violência infantil:
O abuso físico ocorre quando um adulto machuca uma criança fisicamente, sem ter havido um acidente. Inclui comportamentos como:

  • Agredir
  • Sacudir ou dar palmadas
  • Queimar ou escaldar
  • Chutar
  • Sufocar
A negligência consiste em maus tratos ou negligência que prejudique a saúde, o bem-estar ou a segurança de uma criança. Pode incluir negligência física, emocional ou educacional através de atos como:
  • Abandono
  • Recusa em buscar tratamento para uma doença
  • Supervisão inadequada
  • Riscos à saúde dentro de casa
  • Indiferença para com a necessidade que a criança tem de contato, elogio e estímulo intelectual
  • Nutrição emocional inadequada
  • Recusa em procurar escola para a criança
  • Sonegação de alimentos
O abuso emocional afeta profundamente a auto-estima da criança, submetendo-a a agressão verbal ou crueldade emocional. Nem sempre envolve feridas visíveis. Pode incluir situações como:
  • Confinamento estrito, como num guarda-roupa
  • Educação inadequada
  • Disciplina exagerada
  • Permissão consciente para ingerir álcool ou drogas
  • Ridículo
O abuso sexual (veja este post) envolve contato sexual entre uma criança ou adolescente e um adulto ou pessoa significativamente mais velha e poderosa. As crianças, pelo seu estágio de desenvolvimento, não são capazes de entender o contato sexual ou resistir a ele, e podem ser psicológica ou socialmente dependentes do ofensor.O abuso sexual abrange qualquer toque ou carícia imprópria, incluindo comportamentos como incesto, molestamento, estupro, contato oral-genital e carícia nos seios e genitais. Além do contato sexual, a violência pode incluir outros comportamentos abusivos como estimular verbalmente de modo impróprio uma criança ou adolescente, fotografar uma criança ou adolescente de modo pornográfico ou mostrar-lhe esse tipo de fotos, expor uma criança ou adolescente à pornografia ou atividade sexual de adultos.
Aguarde o próximo post sobre os indícios da violência infantil e como denunciar e não esqueça de comentar. O Criando Crianças quer saber sua opinião.

5 comentários:

  1. Olá Denise.
    Gostei bastante do seu blog!
    Muito bom e este post em particular foi muito útil e esclarecedor.
    Parabéns! Visitarei mais vezes.

    Abraços

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  2. Olá Denise. Acredito ser muito importante as discussões sobre a violência doméstica contra a criança. Vou indicar a sua postagem no meu blog.
    Obrigada pela visita ao blog da minha escola.
    Fico feliz que vc tenha gostado da minha postagem, é uma ótima reflexão, e eu li na reunião de pais nesta segunda feira, os pais também gostaram.
    Eu tambem vejo o resultado de ser energica com meu filho, sem usar de violência,o que eu abomino, todos elogiam sua educação e gentileza.Beijos, tenha uma ótima semana.

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  3. Muito sensatas e corretas suas ponderações. Concordo 100% com o seu ponto de vista. A midia vem espremendo cada gota de sangue deste triste episódio, infelizmente não tão raro, mas na maioria dos casos, banalizado por esta mesma mídia.

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  4. Infelizmente essa sociedade em que vivemos é lamentável,ficam passando pano para agressores de menores de idades

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  5. Vevencio algo parecido na família,não vou citar nome mas vejo uma mãe que trabalha fora e quando chega não demonstra carinho pela criança; até dmonstra mas em seguida grita, diz que vai bater, matar.
    Enfim sai de casa e não volta no mesmo dia e quando volta vai deitar e dormi para voltar ao teabalho.
    Quando penteia o cabelo da criança é com gritos e sacudidas;essa criança tem um comportamento agitado e se sente desvalorizada.
    Muito triste ver esse episódio.

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