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11 de jun. de 2008

Socorro! Tem um aluno deficiente na minha turma!



Desde 1988 a Constituição garante o acesso de todos ao ensino fundamental, isso inclui alunos com necessidades especiais. Além das adaptações físicas a escola deve contar com profissionais preparados para acolher essas crianças, mas a realidade não é essa.

A minha história


O curso de Educação Física talvez seja um dos únicos que oferece uma disciplina, obrigatória, para a atuação com indivíduos que tenham necessidades especiais, não apenas deficientes, mas também gestantes, pessoas com doenças crônicas, enfim qualquer pessoa que esteja fora do estado considerado "normal".

Me matriculei na disciplina, sem muito entusiasmo, estava ali para cumprir tabela, pois apesar de sempre ter adotado uma postura inclusiva, dar aulas para deficientes não era para mim. Já podia me imaginar aos prantos na frente do aluno cadeirante, cego ou surdo. Com síndrome de down? Esse nem pensar!!!

Apesar das aulas serem super interessantes e o professor um expert no assunto, trabalhar com pessoas deficientes, doentes ou incapacitadas não era para mim, eu não teria estrutura emocional para lidar com esses problemas...

Para encurtar a história, fui trabalhar em uma escola, dando aulas de escalada esportiva. Na minha turma havia um menino com Down, outro diabético, outro hiperativo, uma menina asmática e mais 10 tidos como "normais"!!! Eu também trabalhava em academia e comecei a ser procurada por pessoas com os mais diversos problemas. Na mesma época um amigo pediu ajuda com a turma de deficientes visuais, apenas por dois dias, pois a estagiária não poderia ir...em uma semana assumi integralmente a turma. Aula de quê? Escalada, sim eu ensinei cegos a escalar!!!

Ah! Não chorei, nem me descabelei, sou muito mais forte e capaz do que poderia imaginar, mas senti a necessidade de me aprofundar no assunto e fiz uma pós graduação na área de Atividade Física Adaptada e Saúde.

As pessoas com deficiências e problemas de saúde continuam aparecendo, do nada, nas minha aulas na academia. Já tive alunos com PC (paralisia cerebral - leve), deformidade no membro superior, deficiência mental, cardiopatas, diabéticos, hipertensos, asmáticos, com hérnia de disco, câncer e com doenças degenerativas que eu nunca tinha ouvido falar.

Me sinto como um imã que atrai essas pessoas a diferença é que estou preparada para recebê-las, mesmo quando desconheço detalhes do seu problema.

Dicas de como agir diante do aluno deficiente

Essa dicas foram passadas pelo meu orientador e professor da graduação e da pós Prof. Dr. Luzimar Teixeira. Ele afirma que "muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente". Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real. "
  • Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração. Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
  • As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
  • Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
  • Provavelmente, por causa da deficiência, esse aluno pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
  • A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela realiza algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer muitas perguntas muito íntimas.
  • Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se Diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
  • Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo. Não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência.
  • Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
  • As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos. Essa relação é a mesma entre crianças com deficiência e sem.
  • Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
  • Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

Em breve darei dicas específicas para cada uma das deficiências, aguardem!!!

3 comentários:

  1. Oi, Denise
    Post maravilhoso!!! Parabéns.

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  2. Oi, Denise:
    muito bom seu post.
    também já passei por situações como a sua, recebendo PNES na escola em que trabalhava.E aprendi um bocado com eles.
    Abs,

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  3. SHOW, TIVE OS MESMOS SENTIMENTOS Q VC ATE CONHECER O SAMUEL (PORTADOR DE SINDROME DE DOWN) ELE ME ENSINOU TANTO Q HOJE QUERO SABER MAIS SOBRE OS PNES! PARABENS

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