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26 de dez. de 2008

Paralisia Cerebral: o que é e como agir

Paralisia Cerebral (PC): distúrbio permanente, embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida.

Trata-se de uma patologia que com incidência de 1 - 2 crianças afetadas para 1000, sendo dez vezes mais incidentes nos prematuros. Adltos portadores de PC podem ter filhos normalmente, pois a lesão cerebral não afeta a estrutura dos óvulos e espermatozóides.

Qualquer fator agressivo ao cérebro antes, durante ou após o parto, podem prejudicar as funções da área atingida. Algumas alterações poderão ser permanentes e não progressivas. Os fatores mais comumnete observados são infecções do Sistema Nervoso, hipóxia (deficit de oxigênio no cérebro) e traumatismos cranianos. O desenvolvimento anormal do cérebro pode também estar relacionado com uma desordem genética e nestas circunstâncias, outras alterações primárias podem ser observadas. Na maior parte dos casos, a lesão ocorre nos primeiros meses de gestação e a causa é desconhecida.

Principais Causas Antes do Nascimento
  • Ameaça de aborto;
  • Choque directo no abdómen da grávida;
  • Exposição ao Raio-X nos primeiros meses de gravidez;
  • Eritroblastose por incompatibilidade entre Rh dos progenitores;
  • Infecções contraídas pela mãe durante a gravidez (como por exemplo, Rubéola, Sífilis, Toxicoplasmose, Sarampo, Herpes, Meningite);
  • Mãe portadora de diabetes ou com toxemia de gravidez;
  • Hipertensão da mãe;
  • Insuficiência cardíaca grave da mãe;
  • Circulação sanguínea deficiente;
  • Falta de oxigenação dos tecidos do feto;
  • Exposição da mãe a agentes tóxicos ou teratogénicos, como radiação, álcool, drogas e certos medicamentos.

Principais Causas Durante o Parto

  • Défices de oxigénio;
  • Causada por partos difíceis (compressão da cabeça do feto no canal vaginal);
  • Trabalho de parto demorado;
  • Mau uso do Fórceps, manobras obstétricas violentas;
  • Bebés prematuros (antes dos 9 meses e com peso inferior aos 2Kg);
  • Bebés que ultrapassam o tempo normal de gestação.

Principais Causas Após o Nascimento

  • Febre muito alta e prolongada;
  • Desidratação, com perda significativa de líquidos;
  • Infecções cerebrais causadas por meningite ou encefalite;
  • Ferimento ou traumatismo craniano
  • Défices de oxigénio;
  • Envenenamento (por gás, por chumbo ou outros venenos);
  • Sarampo;
  • Traumatismo crânio-encefálico até aos três anos de idade.

Existem alguns sinais que podem indicar a PC, são eles:

  • Dificuldades ao nível da sucção,
  • tonus muscular diminuído,
  • alterações da postura,
  • atrasos no controle postural da cabeça,
  • na capacidade de sorrir e de rolar

De qualquer forma o acompanhamento neurológico é necessário, os exames devem incluir a pesquisa dos reflexos positivos (do rescém nascido).

A PC pode ser classificada pelo tipo de disfunção motora (atetose, ataxia ou mista) ou pela localização (tetraplegia, triplegia, hemiplegia, diplegia e monoplegia). Outros problemas podem estar associa dos à PC:

  • Atrofia muscular;
  • Distúrbios ortopédicos (por exemplo, retracções fibrotendinosas, cifoescoliose, deformidades nos pés);
  • Distúrbios do crescimento;
  • Disfunção do processamento sensorial;
  • Défices auditivos;
  • Défices visuais (por exemplo, estrabismo);
  • Défices cognitivos;
  • Distúrbios da comunicação;
  • Distúrbios da linguagem

O atraso mental nem sempre está presente, as alterações da face e deficiência na fala, devido ao descontrole dos movimentos, podem aparentar um atraso mental que na realidade não existe. Quando ocorre pode ser causado pelas lesões cerebrais ou pela falta de experiência resultante das suas deficiências.

A PC não tem cura, não existem medicamentos, nem cirurgia, mas pode-se conseguir uma melhoria nos deficits. O prognóstico depende do grau de dificuldade motora, da intensidade de retrações e deformidades esqueléticas e da disponibilidade e qualidade da reabilitação. Além disso existem três fatores que interferem no desempenho da criança: o grau de deficiência mental, a quantidade de crises epilépticas e a intensidade do distúrbio do comportamento.

Tratamento

É multidisciplinar e visa promover o maior grau possível de independência e autonomia. Para cada fase do desenvolvimento infantil deve-se priorizar determinada parte do tratamento. As atividades físicas bem orientadas são muito mais benéficas para determinado grupo de crianças do que tratamentos fisioterapêuticos realizados dentro de um hospital ou centro de reabilitação. O alongamento e o fortalecimento muscular, favorecem melhor desempenho motor e interferem de maneira positiva em relação ao desenvolvimento emocional e social.

Prevenção

  • Exames médicos para detectar a possibilidade de problemas hereditários e a incompatibilidade sanguínea, antes de decidir ter filhos.
  • Pré-natal.
  • Boa assistência ao recém nascido na sala de parto.
  • Cuidados no ambiente para diminuir os riscos de traumatismo.

fonte: Hemiparesia

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