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22 de mar. de 2013

Cuidados necessários com os olhos dos bebês e que evitam graves doenças.


Assim que nasce, ainda na sala do parto, é realizada a primeira ação de saúde ocular na criança, sendo pingada uma gota de nitrato de prata para prevenir doenças oculares graves que possam causar cegueira. Mesmo assim, o acompanhamento dos pais é fundamental para o desenvolvimento de uma visão saudável. “Existem 40 milhões de cegos no mundo e pelo menos metade poderia estar enxergando se tivesse recebido socorro imediato”, diz o doutor Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em são Paulo.

Neves afirma que os pais devem prestar atenção a alguns sinais que indicam necessidade urgente de levar a criança até uma clínica oftalmológica. “Alguns bebês apresentam conjuntivite logo nos primeiros dias de vida. Além da vermelhidão, a doença provoca dores que o neném certamente denunciará através do choro. Outros sinais que merecem atenção especial são: presença de mancha branca na pupila; incômodo na presença de luz; e lacrimejamento constante. Ainda que tenham dúvidas, os pais não devem esperar que o problema se resolva sozinho”.

Outro aspecto importante da visão dos bebês é que eles têm muito menos habilidade em reconhecer imagens em movimento quando comparados aos adultos. “Estudos comprovam que a experiência visual dos recém-nascidos chega a ser dez vezes mais lenta que a dos adultos. Os bebês não nascem com as habilidades visuais que vão precisar ao longo da vida. Gradualmente, é o cérebro que passa a usar a informação visual para desvendar o mundo”, diz o especialista.

Mesmo em adultos, o cérebro tem uma capacidade limitada para absorver todas as informações em movimento. Normalmente, uma pessoa não consegue absorver as mudanças quadro a quadro que ocorrem mais rápido do que 50 ou 70 milésimos de segundos. Em crianças com idade entre seis e 15 meses, esse tempo cai para meio segundo, mais ou menos. “Isso justifica, por exemplo, por que os programas infantis devem usar a linguagem visual numa velocidade compatível à percepção das crianças pequenas. Caso contrário, tudo o que verão são manchas e borrões coloridos”.

Fotografias também podem revelar doenças oculares



Há casos clássicos em que os pais só descobriram que o filho tinha grave doença ocular depois de prestar atenção às suas fotos. Nesse caso, quando um dos olhos traz um brilho avermelhado, comum em fotos com flashes, e o outro tem um brilho amarelo ou esbranquiçado, o sinal de alerta deve ser acionado.

“Um brilho diferente pode ser sinal de retinoblastoma – um tipo curável de câncer de retina – como também de infecções congênitas como a toxoplasmose, malformações da retina, presença de diferença de graus ou miopia e astigmatismo acentuados. Uma em cada 80 crianças apresentará esse tipo de brilho em um ou em ambos os olhos. O importante é saber que em 80% dos casos é possível tratar a doença e evitar a perda da visão”, diz Neves.

O especialista alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma, que pode causar cegueira quando não diagnosticado e tratado a tempo. “Trata-se de um tipo de câncer que se desenvolve a partir das células da retina. Apesar de raro, pode levar à perda da visão ou ainda ser fatal. Quando diagnosticado precocemente, é um câncer que pode ser destruído, preservando-se o olho tanto quanto possível. Em casos mais graves, a retirada do olho é uma das medidas tomadas para que a doença não evolua, se espalhando para outras partes do corpo. A participação dos pais no diagnóstico precoce dessa doença é fundamental, já que geralmente são os primeiros a notar algo estranho no olhinho da criança através das fotografias”.

Ambliopia: doença é mais comum do que se pensa

Os problemas visuais afetam uma em cada 20 crianças em idade pré-escolar. E a ambliopia é um dos problemas mais comuns – devendo ser tratada o quanto antes para que a criança tenha oportunidade de se desenvolver normalmente. “A ambliopia não é um problema nos olhos propriamente, mas uma desordem nos neurônios que controlam a visão. As causas mais comuns são o estrabismo (quando os olhos não estão alinhados) e a anisometropia (quando o cérebro é incapaz de balancear a diferença no poder de refração dos dois olhos e acaba escolhendo o mais fácil de usar)”, diz Neves.

De acordo com o oftalmologista, na maioria dos casos a ambliopia é tratável, mas o sucesso do tratamento depende do nível da visão inicial, da idade da criança, e do tempo de ambliopia. “Basicamente, o tratamento consiste em ‘forçar’ o cérebro a usar o olho não preferido. É bastante desconfortável no início, já que a criança usará um tampão no olho que enxerga melhor e será forçada a ver tudo com o seu ‘pior’ olho, mas é nessa fase que as chances de sucesso são maiores. Uma vez que o cérebro esteja maduro, ele não pode mais ser estimulado”.

Fonte: Prof. Dr. Renato Neves, médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br

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