“A atividade física recreativa é fundamental para a saúde e o desenvolvimento adequado da criança, pois ajuda a desenvolver equilíbrio e a coordenação motora, além de prevenir a obesidade e melhorar a fixação do cálcio nos ossos e a qualidade do sono. Esses benefícios podem ser cultivados até a vida adulta”, destaca o especialista, que trabalha no Grupo de Ortopedia Pediátrica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).
No entanto, para o médico, é muito importante diferenciar o esporte competitivo do esporte recreativo.
A decisão pela competição deve sempre partir da criança. O papel dos pais deve ser o de incentivar, participar e acompanhar seu filho, não o de cobrar ou de comparar o desempenho da criança com outras.
“Ações como essas, normalmente, causam frustrações e ansiedade, afetando o desenvolvimento psicológico podendo até mesmo provocar depressão na infância”, observa.
Do ponto de vista do desenvolvimento músculo esquelético, é recomendável a atenção para o surgimento de dores nos membros inferiores que persistam mesmo após repouso.
“Na infância, uma atividade de alta intensidade pode sobrecarregar parte da cartilagem de crescimento e provocar deformidades nos membros inferiores”, alerta o especialista.
O médico explica que, até os seis anos de idade, a criança desenvolve a coordenação motora e habilidades, como equilibrar-se, correr, agarrar objetos, arremessar, compreender o espaço à sua volta.
Nesta fase, ela já pode ter seu primeiro contato com o esporte, se for seu desejo. O ideal é que os pais apresentem diferentes modalidades para seus filhos a fim de que experimentem diferentes práticas esportivas. Nem sempre as crianças continuam na primeira opção, mas é dada a possibilidade desta exploração.
Dos sete aos doze anos de idade, a criança começa a expressar aptidões físicas. Esse é o momento ideal para a escolha de um determinado esporte. É indispensável evitar treinos com movimentos repetitivos ou exaustivos, bem como a cobrança extrema por resultados.
Dependendo do esporte, os acessórios de proteção não podem ser dispensados, assim como os calçados adequados para cada modalidade. O desgaste assimétrico dos calçados não é motivo de preocupação, porém deve ser trocado periodicamente ou quando isso ocorrer, mantendo o modelo e marca que a criança se adaptou.
O médico diz que não existe um esporte ideal e completo para cada faixa etária. A natação, por exemplo, desenvolve bem o aparelho cardiorrespiratório e a musculatura de todo o corpo, mas não desenvolve equilíbrio e coordenação motora tanto quanto o futebol que, por sua vez, não fortalece de forma significativa a musculatura dos membros superiores.
A prática de esporte na infância deve ser motivada pelo prazer e trazer benefícios físicos e psicológicos. Correr, brincar, socializar, pensar em estratégias de competição e compartilhar sucessos e fracassos contribui efetivamente para que a criança tenha uma infância saudável.
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