“Ao responder o questionário, é possível ter uma visão bastante clara das situações que contemplam práticas inovadoras e daquelas onde ainda devem concentrar mais atenção, entendendo que estas práticas podem colaborar com a promoção de uma educação de melhor qualidade. Acreditamos que este documento pode contribuir não só para que as escolas revejam sua prática, mas também com governos que terão mais subsídios para avaliar as oportunidades de investimento e formação de professores para uso de tecnologias digitais”, diz Luciana Allan, Diretora do Instituto Crescer e Doutora pela Faculdade de Educação da USP com especialização em tecnologias aplicadas à educação.
“Nosso objetivo é colaborar para que gestores e governantes avaliem a eficácia educacional apoiada pelas tecnologias digitais sob a perspectiva de uma escola que inova e atenda aos pré-requisitos da Educação 3.0”, acrescenta.
Para a diretora do Instituto Crescer, os investimentos institucionais na compra de computadores e na oferta de acesso a Internet não têm proporcionado os impactos esperados na aprendizagem dos alunos por conta de fatores que vão além da aquisição destes recursos, tais como: desconhecimento da realidade local, inexistência de um planejamento estratégico para implementação de projetos de informática educativa e o desinteresse em ter um repensar pedagógico.
Ela reforça que incorporar as tecnologias digitais dentro de um modelo tradicional de ensino não colabora com a promoção de uma educação de qualidade. Sem falar que para ocorrer melhorias efetivas é necessário, entre outros requisitos: políticas públicas bem estruturadas, competência da equipe gestora e docente, envolvimento dos pais, entrosamento com a comunidade, relacionamento em rede com outras escolas e o próprio comprometimento e motivação dos alunos.
“Gerir uma escola ou uma rede de ensino com responsabilidade é orquestrar, com maestria, o planejamento e a organização das ações, inclusive as que dizem respeito à adoção de tecnologias digitais. Independente do estilo de gestão e da proposta pedagógica da escola, o foco sempre deve ser a busca pela qualidade da educação”, pontua Luciana Allan.
Projeto reuniu especialistas em tecnologia aplicada na educação
A avaliação on-line criada pelo Instituto Crescer foi estruturada com apoio de um comitê formado por dois grupos de trabalho – um integrado por profissionais do próprio Instituto que têm atuado em programas de informática educativa e outro por acadêmicos, especialistas e profissionais do mercado que acompanham e participam de iniciativas que envolvem a promoção de escolas inovadoras apoiadas pelas tecnologias digitais.O questionário colabora com a análise de práticas educacionais inovadoras em sete dimensões: pedagógica, administrativa, financeira, infraestrutura, pais e familiares, recursos humanos e comunitária. Os resultados auferidos permitem que as instituições revejam sua prática pedagógica e administrativa e, inclusive, avaliem as oportunidades de investimento em tecnologias digitais.
A utilização de tecnologias digitais nas escolas são analisadas a partir de critérios tais como acessibilidade dos alunos aos recursos tecnológicos e prática na utilização, a mediação dos professores no emprego das tecnologias na rotina de aprendizagem, a gestão do conhecimento e a comunicação com pais e familiares.
“Não basta apenas investir em equipamentos ou em conteúdo digital. É necessário também ter um repensar pedagógico e prever encaminhamentos para questões que envolvem infraestrutura, manutenção de equipamentos, formação continuada de professores e da comunidade escolar, bem como avaliação de impacto. Esta é nossa contribuição para que as escolas consigam ter parâmetros para analisar onde estão e que rumo devem tomar para se transformarem em instituições realmente inovadoras”, finaliza Luciana Allan.
Sobre o Instituto Crescer
O Instituto Crescer é uma Instituição fundada em 2000 que atua na área de Educação em projetos voltados à formação de professores para diferentes áreas do conhecimento, projetos de inclusão digital e qualificação profissional de jovens. Seus principais parceiros são Microsoft, Fundação Odebrecht, Vale, Intel, HP, e NET Educação.
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