Aguardei o fim do inquérito policial para me manifestar sobre o caso Isabella, apenas para dizer que não há motivo para tanto alarde. A imprensa armou um circo em torno de uma história que se não fosse pelo final, seria apenas mais um caso anônimo como milhares de casos. E quando falo do fim, não me refiro ao fato de Isabella ter sido assassinada, mas de ter sido jogada pela janela no jardim do prédio, tornando o ato, público, pois se tivesse sido jogada em um rio, enterrada em um terreno baldio o no meio do mato e dada como desaparecida, talvez nunca tivéssemos conhecimento de seu nome, que dirá de seu caso.
O caso Isabella poderia ser utilizado como gancho para aquecer as discusões sobre violência doméstica e esclarecer a população. No Brasil cerca de 18 mil crianças são vítimas de violência doméstica mensamente e cerca de 70% das agressões físicas, acreditem, partem dos pais biológicos! E o termo violência contra a criança quase sempre é levado para o lado da agressão física ou sexual e geralmente se esquece da violência psicológica
Esses números me fazem pensar que estão fazendo tempestade em copo d'água, sobre o caso Isabella, ele torna-se pequeno a medida que, em breve, irá apenas engrossar as estatísticas e cederá o espaço para mais um acidente de avião ou buraco de metrô. Se a sociedade, que tem se mostrado tão afetada, tão indignada com o caso, deseja minimizar o sofrimento das milhares de Isabellas poderiam começar uma discussão pela pena muito pequena para um crime tão grave. No caso de maus tratos a pena varia de dois meses a um ano. Se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave, a pessoa pode pegar de 1 a 4 anos. Já no caso de morte, o agressor pode ser condenado de 4 a 12 anos.
Entre os anos de 1999 a 2007, o Sistema de Informação
para a Infância e Adolescência (Sipia), registrou 28.840 casos de agressão
física, 28.754 de violência psicológica e 16.802 de abuso sexual em todo o
País.
Um outro levantamento feito de 1996 até 2007 pelo Núcleo
de atenção à criança vítima de violência da UFRJ mostra que: 29,1% de
meninos e
meninas são vítimas de abuso físico. A violência sexual aparece em
segundo lugar 28,9%,
25,7% sofreram negligência, 16,3% abuso
psicológico
Deixe aqui sua opinião sobre o assunto e aprenda com o Blog Diga Não à Erotização Infantil a reconhecer o abuso e a violência infantil:
O abuso físico ocorre quando um adulto machuca uma criança fisicamente, sem ter havido um acidente. Inclui comportamentos como:
- Agredir
- Sacudir ou dar palmadas
- Queimar ou escaldar
- Chutar
- Sufocar
- Abandono
- Recusa em buscar tratamento para uma doença
- Supervisão inadequada
- Riscos à saúde dentro de casa
- Indiferença para com a necessidade que a criança tem de contato, elogio e estímulo intelectual
- Nutrição emocional inadequada
- Recusa em procurar escola para a criança
- Sonegação de alimentos
- Confinamento estrito, como num guarda-roupa
- Educação inadequada
- Disciplina exagerada
- Permissão consciente para ingerir álcool ou drogas
- Ridículo
Aguarde o próximo post sobre os indícios da violência infantil e como denunciar e não esqueça de comentar. O Criando Crianças quer saber sua opinião.
Olá Denise.
ResponderExcluirGostei bastante do seu blog!
Muito bom e este post em particular foi muito útil e esclarecedor.
Parabéns! Visitarei mais vezes.
Abraços
Olá Denise. Acredito ser muito importante as discussões sobre a violência doméstica contra a criança. Vou indicar a sua postagem no meu blog.
ResponderExcluirObrigada pela visita ao blog da minha escola.
Fico feliz que vc tenha gostado da minha postagem, é uma ótima reflexão, e eu li na reunião de pais nesta segunda feira, os pais também gostaram.
Eu tambem vejo o resultado de ser energica com meu filho, sem usar de violência,o que eu abomino, todos elogiam sua educação e gentileza.Beijos, tenha uma ótima semana.
Muito sensatas e corretas suas ponderações. Concordo 100% com o seu ponto de vista. A midia vem espremendo cada gota de sangue deste triste episódio, infelizmente não tão raro, mas na maioria dos casos, banalizado por esta mesma mídia.
ResponderExcluirInfelizmente essa sociedade em que vivemos é lamentável,ficam passando pano para agressores de menores de idades
ResponderExcluirVevencio algo parecido na família,não vou citar nome mas vejo uma mãe que trabalha fora e quando chega não demonstra carinho pela criança; até dmonstra mas em seguida grita, diz que vai bater, matar.
ResponderExcluirEnfim sai de casa e não volta no mesmo dia e quando volta vai deitar e dormi para voltar ao teabalho.
Quando penteia o cabelo da criança é com gritos e sacudidas;essa criança tem um comportamento agitado e se sente desvalorizada.
Muito triste ver esse episódio.